“Pode-se afirmar que o verdadeiro artista está sempre
disposto a qualquer sacrifício para atingir um momento de criatividade. O
artista medíocre prefere não correr riscos. Por isso, é convencional. Tudo que
é convencional, tudo que é medíocre, está relacionado a esse medo. O ator
convencional põe um lacre em seu trabalho, e lacrar é um ato defensivo. Quem se
protege “constrói” e “lacra”. Quem quer se abrir tem que destruir paredes”. (Peter
Brook)
Encerramos novembro com o quarto agrupamento de agentes em quadro
pelo “ator invisível”. Gente que veio de longe, como o ator e músico Matheus
Morais, que, aos sábados, deixou sua cidade – Oliveira, a 165 quilômetros de
Belo Horizonte – para participar da oficina. Ida e volta, foram cerca de cinco
horas de estrada por dia para Matheus treinar a cena.
Acordar sábado cedo e se lançar na exaustão não é para
qualquer um. A turma que começou pequena, terminou apenas com o bravo artista
oliveirense. Como recorte de encerramento das 12 horas de intensivo, Matheus
foi para a cena com o professor – ninguém fica sem parceiro em “o ator
invisível”.
Parte dos integrantes da Querida Companhia também jogou o
jogo da verdade construída. Vindos do absurdo de “Alice ao avesso”,
experimentaram – até os mais experimentados – a sinceridade sem personagem,
mapeamentos ou desenhos de cena. Apenas o olho, a respiração e o cheiro do
outro.
Recebemos ainda Diva, Felipe, Mônica, Giovanna, Yara e
Milton. Atores de movimento permanente na busca por novas práticas de
interpretação. Um ganho para o coletivo a entrega de cada um às descobertas de
cada encontro. Privilégio para a Casa do Ator, cenário da “destruição das
paredes”.
Amanhã, dia 4, damos início ao último grupo do ano. Serão
seis encontros às terças e quintas, das 20h30 às 22h30. Os bons são bons porque
treinam. Esperamos vocês.
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